sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Acadêmicos e técnicos fazem paralisação na UFMS

Os estudantes e técnicos do campus de Campo Grande da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) cumpriram a promessa e paralisaram as atividades nessa quinta-feira. Logo pela manhã, cerca de 100 acadêmicos fecharam o portão de acesso à reitoria por uma hora, como parte das atividades programadas para o dia.

Cerca de 100 técnicos do Hospital Universitário (HU) também cruzaram os braços, aderindo à paralisação nacional da categoria que é contrária ao Projeto de Lei 92/2007, em trâmite no Congresso Nacional, que propõe a transformação dos HUs em Fundações Estatais de Direito Privado.

Segundo os estudantes, vinte cursos pararam em Campo Grande, o que não é confirmado pela reitoria. Os campi de Três Lagoas, Corumbá, Aquidauana, Nova Andradina, Coxim e Paranaíba, todos no interior do Estado, também realizaram paralisações parciais.

Ocupação

O protesto começou no dia 7, durante a reunião do Conselho Universitário (Coun). Na ocasião, foi decidida a manutenção da eleição proporcional, onde os votos de alunos e servidores representam 15% cada, enquanto os professores têm 70% de participação. Os alunos exigem o voto paritário, que garante igualdade no peso entre os três setores nas eleições para reitor.

Uma lista com três nomes deve ser enviada a Brasília até o dia 10 de setembro, para que um seja escolhido pelo presidente da República. O novo reitor não precisa necessariamente ter sido o mais votado.

Outro ponto de conflito é a data da eleição, marcada já para o próximo dia 25, véspera do feriado de aniversário de Campo Grande, no dia 26. Os alunos temem que o comparecimento às urnas, que não é obrigatório, seja comprometido.

Hoje completam 16 dias que cerca de 150 estudantes se revezam ocupando a reitoria, dormindo no hall de entrada e em 75 barracas espalhadas pelos canteiros.

Afastamento

Os alunos pedem ainda a intervenção do Ministério da Educação (MEC) na instituição, para que seja designado um dirigente pro tempore para conduzir o processo eleitoral.

Também foi encaminhado um pedido ao MEC e ao Ministério Público Federal de afastamento do atual reitor, Manoel Catarino Paes Peró. Nas provas utilizadas pelos acadêmicos, além de irregularidades administrativas, o reitor é acusado de tentar agredir um aluno.

O MPF também recebeu uma denúncia anônima, com base nos apontamentos feitos pela Controladoria Geral da União (CGU) nos relatório de gestão de 2007 da UFMS, onde são apontadas irregularidades nas obras de construção da biblioteca central, reitoria e pró-reitorias, que podem ultrapassar os R$ 12 milhões.

Debate

Como parte da programação do dia, durante a tarde foram realizadas as “Olimpíadas na Reitoria”, onde equipes participaram de diversas provas após a doação de alimentos, que serão utilizados para alimentar os acadêmicos que dormem na reitoria. À noite foi realizado um debate com os candidatos a reitor da instituição.

Dos quatro concorrentes, dois compareceram a outros dois mandaram os vices. Foram cinco blocos onde cada um apresentou as propostas e responderem a perguntas feitas uns aos outros, pelo Diretório Central dos Estudantes (DEC) e pela platéia.

Ao final, os quatro assinaram um acordo que pede o adiamento das eleições em 60 dias, além da paridade no voto. O comitê de ocupação pretende enviar o documento ainda hoje para Brasília para reforçar o pedido de intervenção.

2 comentários:

g disse...

o ministro se manifestou sobre o movimento ou naum !

Karina Rolim disse...

Pacifico nós somos, quem é agressivo é o safado do peró.
Quase todos os cursos paralisara na quinta, e meu ano foi um deles. o primeiro ano de medicina é totalmente a favor da ocupação e contra as atitudes ditatoriais do reitor.